Implantes de silicone

Postado por Marcos Grillo em 18/fev/2013

Yes, elas têm silicone!

por Maria Emilia Staczuk | Fotos: DIego Pisante

A colocação de próteses de silicone nos seios, para fins estéticos, é crescente no país e já supera as cirurgias plásticas de lipoaspiração.

A implantação de próteses de silicone é a cirurgia estética mais realizada no Brasil. A constatação se baseia no último levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, em 2009, que revelou que, em média, 21% dos procedimentos são para foto_2_109910_11847aumento de mama. A lipoaspiração compreende 20% das intervenções, seguida das cirurgias de abdômen (15%).

Para o cirurgião plástico Marcos Grillo, a melhoria dos procedimentos e materiais e a ampla exposição do assunto na mídia são fatores que favorecem este crescimento. “Nos últimos anos, a técnica foi aprimorada, a anestesia mudou, o tempo de recuperação diminuiu, as próteses melhoraram em qualidade e, com isso, mais pessoas buscam este tipo de cirurgia”, opina.

Entretanto, o profissional aconselha que a colocação de prótese de silicone, para fins estéticos, seja feita apenas em mulheres com idade superior a 18 anos. O cirurgião plástico diz que não há idade limite para realização do procedimento, desde que a candidata esteja clinicamente apta para tal. “Recentemente, troquei a prótese de uma mulher com 78 anos, que tinha a colocado pela primeira vez há 30 anos. Foram feitos exames pré-operatórios, para verificar se a paciente estava em condições de se submeter à cirurgia e à anestesia, e foi um sucesso”, relata. Grillo também lembra que a colocação de prótese de silicone não tem a finalidade de levantar os seios. “Ela apenas aumenta o volume da mama, sem mudar a forma da mesma”, alerta.

foto_2_109910_11845Tomando-se como base as próteses oriundas de grandes laboratórios, como os americanos e franceses, o preço do par varia de R$ 1,8 mil a R$ 2,5 mil, conforme o modelo escolhido. “Existem próteses asiáticas que custam em torno de R$ 800,00 a R$ 900,00, o par. Neste caso, deve-se atentar para elementos como garantia e seguro oferecidos pelo fabricante”, recomenda Grillo. Considerando os custos com hospital, internação, material, equipe médica, auxiliar, instrumentador e anestesista, incluindo as próteses, o valor total da cirurgia é de R$ 8 mil a R$ 11 mil. “O procedimento tem de ser feito num hospital especializado em cirurgia plástica, não no consultório”, orienta.

O médico diz que são raros os planos de saúde que cobrem este tipo de cirurgia, com fins estéticos. Quando incluem o procedimento, o valor da mensalidade varia de R$ 5 mil a R$ 6 mil. “Para a cirurgia reparadora, que compreende, por exemplo, casos de correção por conta da retirada da mama, a maioria dos planos cobre. Entretanto, 95% das mulheres que vêm ao meu consultório a fazem com a finalidade estética”, revela.

O tempo de troca da prótese é, em média, a cada 10 anos. “No início de 2011, foi publicado um estudo que mostra que, depois deste foto_2_109910_11846período, metade das que são colocadas se rompem”, ressalta Grillo. A troca também pode se dar pela vontade da paciente ou por problemas de contratura capsular (endurecimento da prótese). “Com as próteses modernas, apenas 10 a 25% delas terão que ser trocadas por contratura capsular”, afirma.

O cirurgião plástico também conta que existe uma patologia rara, que acomete entre uma mulher em mil, que é a rejeição aguda. Neste caso, de 20 a 25 dias depois da colocação da prótese, tem-se uma pequena abertura em uma das mamas por onde o silicone começa a vazar. “Nesta condição, a paciente deve ser levada ao centro cirúrgico para a retirada das próteses. Em um prazo de seis meses após esta intervenção, é possível recolocá-las”, orienta.

Grillo explica que situações como estas acontecem por infecções que o paciente apresenta no dia da cirurgia, como dor de garganta e infecção urinária, além de frieira e unha in¬ amada, devido à grande quantidade de bactérias. “Se a paciente estiver com um destes sintomas, a cirurgia é cancelada e remarcada para outra data”, esclarece.

Desde o início deste ano, grandes laboratórios oferecem um certificado de cinco a seis anos pela colocação das próteses, identificando o número do lote, as especificações do material e o nome do cirurgião. “Se a paciente tiver que proceder a troca neste período, basta mostrar para o cirurgião que ele entrará em contato com a empresa solicitando um novo par, que será cedido gratuitamente. Os
demais custos ficam a cargo da paciente”, explica.

Estes laboratórios também oferecem um seguro vitalício, com cobertura mundial. “Se a paciente mudar de país, ela vai ter a garantia da prótese, sem custo para a paciente e para o médico”, diz.